sexta-feira, 5 de junho de 2020

Uma pequena análise aos dois estreantes


O Sporting Clube de Portugal regressou ontem ao campeonato, empatando a duas bolas com o Vitória Sport Clube. 

O Sporting entrou no jogo com duas grandes novidades no 11, Ruben Amorim teve a ousadia e a coragem de colocar dois estreantes a jogo. Eduardo Quaresma e Matheus Nunes. Não me lembro da última vez que tinha ficado tão entusiasmado com um onze inicial. Desde já, parabenizar mais uma vez Rúben Amorim pela coragem. Sem medo de errar, e a defender a tese de que joga quem tem qualidade, joga quem se destaca nos treinos, independentemente da idade ou da dificuldade do jogo em questão. 

Análise ao jogo de Eduardo Quaresma:

Quaresma ‘rebentou com tudo’. Teve uma estreia que ficou marcada pela personalidade, classe e critério. 
Não acusou a pressão, e demonstrou todo talento e qualidade que tem naqueles pés, e fez valer a aposta de Rúben Amorim. 

Quaresma mostrou-se logo no início do jogo, onde teve uma grande saída a jogar, não teve medo de transportar a bola de trás para frente, e ainda conseguiu um bom passe para o Sporar, mesmo sendo pressionado por dois jogadores do Vitória! 

Eduardo Quaresma foi sempre muito seguro e criterioso em todas suas ações. Com ou sem bola

Sem bola, Quaresma esteve sempre muito bem posicionado, e conseguiu fazer alguns cortes importantes. Colocou todos jogadores do Vitória no ‘bolso’, tarefa que não é fácil, quando encontras jogadores da qualidade do Davidson, por exemplo. 
Com bola, Quaresma conseguiu sempre fazer bons passes, verticais e em profundidade.

Deixo aqui o link da exibição completa de Eduardo Quaresma: https://twitter.com/ScpVideos/status/1268692554666704898?s=20



Analise ao jogo de Matheus Nunes:

Matheus Nunes teve uma exibição muito mais apagada em relação ao Eduardo Quaresma. Na minha opinião, as dinâmicas do sistema de Rúben Amorim não favorecem o jogo de Matheus. Os defesas centrais, que são os responsáveis pela primeira fase de construção, procuram a maior parte das vezes fazer ligações com os extremos ou laterais, e os médios acabam por ficar ao lado do jogo. 

Matheus Nunes é um médio muito versátil, apesar de ser um médio ofensivo de origem, tem a capacidade de jogar como 6 ou 8. Neste sistema de Rúben Amorim, Matheus fica muito mais recuado no terreno, e precisa receber várias vezes a bola para tentar construir desde trás, ou transportar a bola, que é onde se destaca. E pelo que já pude captar, as dinâmicas deste sistema não privilegiam esse lado. Já era assim no Braga de Rúben Amorim, os centrais faziam muitas ligações com os laterais ou extremos, que baixavam muito no terreno para dar apoios frontais. 

Apesar de eu sentir algum nervosismo e medo de errar em Matheus Nunes, e que o os médios do Vitória foram com a lição bem estudada, com marcações H/H, foram várias as vezes que Matheus deu apoios frontais aos centrais, para dar linhas de passe, receber a bola e tentar pegar no jogo, mas muito raramente passavam-lhe a bola. Foi um dos motivos que o fez passar ao lado do jogo. Matheus já aparentava estar com pouca confiança, se fica muito tempo sem ser solicitado, e sem tocar na bola, pior ainda fica a confiança do jogador. 


Mostrarei alguns lances em que Matheus deu apoios para receber a bola, e tentar pegar no jogo, mas não foi solicitado.




















Matheus Nunes estava habituado a ser o protagonista nos sub 23, onde era sempre procurado para receber a bola e pegar no jogo. Deparou-se com uma realidade extremamente diferente ontem pelos seniores, e claramente que não soube lidar com a situação, e ficou muito apagado do jogo. 
E se o Matheus ficar tanto tempo sem ter a bola, ou sem ser solicitado, dificilmente brilhará com a camisola do Sporting. Veremos os próximos jogos...


                                         


                                         


                                         


                                         


                                         



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