sexta-feira, 5 de junho de 2020

Entrevista Sporting Things a Alexandre Santos


Hoje tenho muito gosto em publicar uma entrevista feita por mim, a Alexandre Santos, ex treinador da equipa de Sub 23 do Sporting, e que atualmente treina o Alverca. 
Gostaria desde já, agradecer Alexandre Santos por me ter concedido a oportunidade de o entrevistar, e pelo tempo e disponibilidade dispensada.


ST - Para começar, não deveria deixar de perguntar, como você e a sua família têm vivido o actual quadro de pandemia provocado pelo COVID-19? 
Alexandre Santos: A vida neste quadro tem sido como se calhar de muitos colegas, amigos, no fundo população portuguesa. Tenho dois filhos, a minha esposa trabalha inclusive até num hospital em Lisboa, e por isso,  nunca deixou de trabalhar, teve que estar a trabalhar mesmo no local de trabalho, e como tal por um lado, a questão do futebol não ter recomeçado efetivamente na pratica, permitiu-me estar com eles (filhos), e ter que gerir tudo aquilo que eles precisam, nomeadamente aulas por vídeo conferência, refeições, trabalhos de casa, tudo aquilo que é inerente a esta nova vida, acabou por ser o meu dia a dia, desde que terminei os treinos. 
E ao mesmo tempo em uma grande parte do trabalho, quase em regime de tele trabalho, não sendo um teve trabalho oficial, mas um tele trabalho em que durante muito tempo houve muitas sessões de vídeo conferencia com a equipa, trabalhos de coordenação com a equipa técnica e com os outros staffs, porque enquanto foi possível acreditar que íamos continuar a disputar o campeonato, assim fizemos, tal como muitas equipas neste país.
Depois de ter sido definido que não iria haver qualquer hipótese de jogar mais, tem havido muito trabalho, numa outra vertente, nunca vertente de planeamento de próxima época. E  é aí onde todos os dias estou em trabalho, ao mesmo tempo que estou em casa, na perspectiva de fazermos com que a próxima seja bem planeada e bem estruturada para atingirmos os nossos objectivos.


ST - Falando agora do Sporting, onde entrou como em 2018-2019 para treinar os Sub 23. Como é que foi a experiência de ter treinado a equipa de Sub 23?
Alexandre Santos: Foi uma experiência fantástica, infelizmente foi curta, derivada das decisões que muitas vezes nós treinadores temos que tomar. Efetivamente, entrei no Sporting sensivelmente em dezembro de 2018, vindo do Estoril de sub 23, e há um convite endereçado diretamente do Hugo Viana e pelo Paulo Gomes, e no fundo pelo presidente, naturalmente. Fiquei bastante interessado, motivado e agradecido, por se reverem em mim a pessoa certa para aquele projecto e para aquela equipa, que já tinham tido quatro treinadores diferentes ao longo dos  quatro ou cinco meses anteriores, e por isso, tinha passado por grandes atribulações em termos de equipa técnica, mas que, vinham em mim a pessoa certa para aquela função, para valorizar os jovens jogadores do Sporting que tínhamos ali, e na perspectiva de uma relação bastante próxima com a equipa A. Isto motivou-me bastante.
Como experiência diretamente daquilo que tive, apanhei uma equipa bastante insegura no sentido de todas as constantes alterações que tinha sofrido, teve vários treinadores, teve saídas de uns, regressos de outros, isto é algo que nunca estabiliza emocionalmente os jogadores, e eu era já praticamente a quinta pessoa que liderava aquela equipa naquele ano, o que tornava as coisas bem mais difíceis. Entretanto, a liga de sub 23 não estava a ser uma situação fácil para o Sporting. Por exemplo, eu naquele momento que tinha saído do Estoril, estava afrente de 6 pontos, salvo erro, do Sporting. Sabia que ao entrar no Sporting podia ter o primeiro grande desafio, que era ficar entre os 6 primeiros, para depois poder disputar a fase de definição de campeão da liga revelação.
Mas entretanto, as coisas correram muito bem, eu gostei muito de ter trabalhado no Sporting, as condições são fantásticas, muitas boas condições para desenvolver um bom trabalho como treinador, a equipa técnica, campos,  e jogadores de elevadíssima qualidade. E conseguimos fazer um excelente trabalho, conseguimos aproximarmo-mos dos primeiros lugares logo nas 6, 7 jornadas seguintes. Tivemos praticamente só vitórias, e fez com que chegássemos a segunda fase, a um ponto somente do primeiro lugar. 


ST- O campeonato de Sub 23 nesta época foi renhido até ao fim, e até a última jornada o Sporting ainda tinha possibilidades de ser campeão, o que acha que faltou para conseguirmos tal feito?
Alexandre Santos: Infelizmente não conseguimos ser campeões por questões de golos ou por questões de 1 ponto. Tenho a plena sensação de que um dos jogos que determinou um empate contra um dos adversários, que se pudesse ter acabado por ocorrido em vitória, teríamos sido campeões, e acho que merecíamos, de certa forma porque tínhamos vindo muito de trás, e conseguimos chegar ao último jogo, e estarmos a disputar fortemente com o Rio Ave e com o Aves, o titulo de campeão de sub 23, e infelizmente foi por muito pouco, mas a verdade é que o principal objectivo, que era valorizar os jogadores, a equipa, e o Sporting, foi muito conseguido. 


ST - Qual foi o jogo que mais o marcou ao serviço do Sporting? 
Alexandre Santos: Claramente o jogo no Estádio de Alvalade contra o Benfica, na última jornada do campeonato. Por várias razões, uma por ser ser o último jogo, o jogo que poderia nos dar o titulo, mas mais do que isso um jogo de recompensa por toda dedicação, e todo trabalho feito pelos jogadores da minha equipa, que fez com que a direção, e muito bem, e com o trabalho fantástico, que permitiu-nos fazer o último jogo no Estádio de Alvalade, num feriado, com muitos adeptos (foi o jogo com mais adeptos na liga revelação), num palco fantástico, numa realidade fantástica, que é podermos estar no banco do Sporting Clube de Portugal, a dirigir a nossa equipa, e foi um momento marcante, ainda por cima congratulado com uma vitória sobre o Benfica, com um jogo de grande qualidade, grande jogo que fizemos, por toda esta motivação e por toda qualidade que tínhamos enquanto equipa. Este foi claramente o jogo que mais me marcou.

ST - Deixou o Sporting no fim da temporada, e rumou à França para ser adjunto do Caen. Deixou o Sporting porque tinha a oportunidade de abraçar um desafio maior, ou não chegou a um acordo com o Sporting para ficar?
Alexandre Santos: Muito interessante esta pergunta, por vários motivos, porque tocas numa situação que é sempre difícil tomar para qualquer treinador, e para mim, não haveria de ser diferente. Sair de um clube grande, estar numa equipa de sub 23 de um clube grande é sempre muito difícil, seja que circunstancia for. Eu tinha contrato de 1 ano e meio, por isso, não se tratava de qualquer tipo de questões de renovação, mas sim de continuidade natural, de que ia acontecer, e que já estávamos a definir o plantel, e a definir o rumo dos sub 23 desta época (2019/2020). Foi quando apareceu este convite de uma das boas equipas francesas, que tinha descido da primeira liga para segunda, e que queria apostar muito forte para subir a primeira liga. O projecto, embora como adjunto, parecia-me um projecto muito interessante porque me abriria um mercado muito importante Francês, por causa da aprendizagem língua, que passaria a dominar de uma outra forma, para poder ter também essa valência.  Já há vários anos que estava a tentar entrar no mercado francês, e tinha ali uma porta para uma equipa sénior de um dos futebóis mais importantes e mais meditativos do mundo, que é o futebol francês. E isso levou-me a entender que era um passo importante para a minha carreira. Não por questões ligadas ao Sporting, mas sim questões ligadas as minhas intenções de carreira, e que passa muito por aquilo que eu pretendia também para mim, que é estar numa equipa A. Hoje em dia estou também numa equipa A em Portugal, não por desprimor as equipas de sub 23, mas porque as equipas de sub 23 carecem de outros objectivos, e eu embora acho que cumpri e fiz o meu melhor trabalho junto da equipa de sub 23 do Sporting, é algo que como objectivo para mim próprio, pessoal de carreira, os sub 23 sejam eles qual forem, não me motivaria tanto como uma equipa A. E ao surgir este convite, acabou por me levar a solicitar as pessoas do Sporting que me libertassem, das quais foram fantásticas e perceberam que embora estivesse no fundo a sair de um projecto como o Sporting, um grande Clube que é, estava a ir atrás de objectivos muito pessoais de carreira. E foi por isto, é a grande razão que me levou a sair, e não o facto de não estar satisfeito no Sporting.

ST - A Equipa B do Sporting estará de regresso a próxima época, acha que em relação a liga revelação, é mais benéfico para o desenvolvimento dos jogadores?
Alexandre Santos: Sim, já percebi que provavelmente a equipa B do Sporting estará de regresso. Está enquadrada nesse processo de transição do campeonato de Portugal para uma terceira liga, que vai decorrer este ano com a entrada de várias equipas B’s. Acho que é benéfico sim para o Sporting, porque uma equipa grande deve ter um espaço de sub 23 claramente para jogadores ainda juniores, ou acabado de sair de juniores, e por isso, os melhores jogadores de juniores devem jogar já na liga revelação, podendo eventualmente depois vir também a jogar nos juniores, no campeonato nacional, principalmente na fase final, e a equipa B sem dúvida ser um espaço de outros jogadores mais velhos, jogadores entre os 20, ou entre os 18, 19, e os 22, 23 anos. Ou seja, enquanto que por alguns clubes os sub 23 são jogadores que andam entre os 20 e 23 anos, um Clube grande como o Sporting. E é isso que estava a se perspectivar já enquanto eu estava lá também, era que os sub 23 tivessem jogadores entre os 17 e os 20, e depois uma equipa B tivesse entre os 20 e 23. É muito importante que a equipa B exista para dar esse Upgrade, e para dar este sustento de competitividade de muitos jogadores que até aos 23 anos têm dificuldades em se afirmar na equipa principal, e que podem ser grandes talentos no futuro. Ainda para mais, a equipa B jogará em contextos mais adultos, competitivamente mais maduros, e isto pode ser bom para alguns jogadores que na liga revelação não conseguem encontrar este tipo de contextos, e precisam deste tipo de contextos.

ST - Treinou vários jogadores talentosos nesta equipa de Sub 23, sendo que três deles (Matheus Nunes, Pedro Mendes e Gonzalo Plata) estão neste momento na equipa principal. Esperava que fossem promovidos em tão curto prazo? 
Alexandre Santos: Sim, esperava. Esperava porque existia uma relação próxima entre a equipa sub 23 e equipa A. E existiu sempre uma relação próxima entre mim e a direção também, entre o Hugo e o Presidente, em que havia claramente a noção, e o rumo de que vários jogadores desta equipa de sub 23 poderiam chegar a equipa A e afirmar-se. Seria uma questão de tempo, uma questão de momento. E o momento está acontecer, e isso é muito positivo. Também depende muito da direção e do treinador da equipa A, e é muito positivo que esteja a acontecer aquilo que está a acontecer, e fico muito regozijado com o facto de ver jogadores que evoluíram bastante na época que estive com eles, que vieram também até após eu chegar, como caso do Matheus Nunes. O caso do Pedro Mendes também por exemplo, é um caso interessantíssimo, que era um caso em que a sintonia entre treinador e o jogador existiu muito, a sintonia entre aquilo que eu gostava de ver como jogo coletivo da equipa, e como ponta de lança, assentou como uma luva, e o Pedro aproveitou muito para se valorizar nestes meses finais, nestes últimos meses de liga revelação, acrescentando muito a equipa e a carreira dele.

ST - O presidente do Sporting afirmou recentemente que o Matheus Nunes vai pagar o que gastamos com o Rúben Amorim. 
Viu o Matheus Nunes de perto, acha que tem potencial para tal? 
Alexandre Santos: Sobre o Matheus Nunes, já tive oportunidade de falar em alguns orgãos de comunicação social, porque têm me perguntado, naturalmente por causa deste caso. O Matheus é um caso muito interessante, não sei se tens noção, o Matheus Nunes jogava no Estoril A e nos Sub 23, mais nos sub 23, na equipa onde eu estava, em Setembro, Outubro e Novembro, ele jogou muito comigo, inclusive fomos a Academia Alcochete jogar contra o Sporting para liga revelação, em que ganhamos 1-0, onde Matheus Nunes foi titular e fez um excelente jogo. E quando eu entrei no Sporting, o scouting do Sporting veio me questionar sobre o jogador, para perceber a minha opinião, e a minha noção sobre o quê que eu achava dele como jogador, como homem, como talento, e como futuro potencial para a equipa A. E eu dei o aval muito positivo, porque o Matheus tem uma característica que hoje começa-se a revelar com mais profissionalismo e mais maturidade, mas que estavámos a falar de um jogador que tinha tido um percurso de formação muito diferente do normal. A maioria dos jogadores têm percursos de formação fortes, passado por clubes de grande dimensão nacional, e o Matheus Nunes tinha um passado de formação do Ericeirense, que sem desprimor do Ericeirense, é um clube que disputou sempre os distritais. E por isso, o Matheus Nunes revelava por ele próprio, pelo seu talento natural, aquilo que ele já demonstrou hoje, o que significa que estávamos ali na presença, e eu sentia que estava na presença, por aquilo que via, pela forma madura que resolvia as situações difíceis do jogo, pela forma como consegue rapidamente ler o jogo, e em um ou dois toques, libertar-se da marcação dos adversários, fazer com que uma bola que parece difícil de resolver e que vai perde-la, faz com que rapidamente encontre soluções e consiga manobrar o jogo bem, do ponto de vista da relação entre a linha defensiva e a linha ofensiva. No fundo, um jogador com um talento natural para ler o jogo, e para decidir bem, ainda por cima com uma morfologia tipo, muito propicia aquilo que se designa como a melhor morfologia para aquela posição. Ou seja, um jogador alto, um jogador fino, que levanta a cabeça, que joga longo e curto, um jogador que joga para frente, que tem uma boa capacidade de técnica, mas que tem uma grande qualidade tática na decisão do que há de fazer nos vários momentos do jogo, um jogador que também defende bem. E por isso, eu tinha a noção de que o Matheus poderia vir a ser aquilo que está a ser hoje. Naturalmente dependeria daquilo que ele pudesse aproveitar do Sporting, do que o Sporting lhe dá, e que lhe deu, naqueles meses comigo nos sub 23, e que ele aproveitou muito. Viveu dentro da academia, e vivia o futebol todos os dias e todas as horas, e sentia que estava ali uma grande oportunidade da vida dele. Tanto é que ele, tanto a agarrou, que neste momento está onde está, e ontem, por exemplo, jogou a titular na equipa A, que é o sonho de qualquer jogador que está nos quadros do Sporting. Por isso, acho que se está a refletir na realidade o potencial que ele tinha, e quando digo que tem potencial, significa que tem margem para crescer e desenvolver. Eu acho que ele tem, porque na verdade, ele só agora nos últimos dois anos da carreira dele, é que ele treina com os melhores, com as melhores condições a todos os níveis, para poder também ainda mostrar mais esse talento, e evoluir ainda mais esse potencial.

ST - O Paulinho era dos jogadores mais talentosos da equipa de Sub 23, e que os adeptos tinham mais esperanças. Surpreendeu-lhe a decisão do Sporting em não ter ficado com o jogador em definitivo?
Alexandre Santos: Esta é outra pergunta fantástica, porque eu também considero o Paulinho um grande talento, um grande jogador. Não era um jogador tão jovem quanto outros, ou seja, tinha jogadores muito mais jovens nos sub 23. Mas o Paulinho, para mim, enquanto treinador, é aquele jogador que eu gostaria de ter em qualquer equipa onde estivesse, pelo menos, é um jogador que tem tudo para singrar. Se tinha espaço na equipa A naquele momento? A ter a idade que tinha, o Sporting entendeu que não era o jogador que tinha espaço na equipa A, e ao não ter espaço na equipa A, que não tinha possibilidade de manter-se na equipa de sub 23, não podemos esquecer que o Matheus Nunes ao ser mais novo, permitiu que continuasse nos sub 23. Matheus Nunes essa época jogou toda nos sub 23, neste momento é que está noutra circunstancia. Para o Paulinho, isso não era viável pela idade que ele tinha, e por isso o Sporting decidiu por aquilo que decidiu. Mas eu, como jogador, gosto muito do Paulinho, como homem é fantástico, como profissional idem, por isso, eu sou muito suspeito, porque o Paulinho comigo, jogou todos minutos praticamente de jogo que podiam haver, uma das pedras mais importantes da equipa. Por isso, só tenho coisas positivas para falar do Paulinho, não há nada que eu possa dizer que o Paulinho não tenha que o impeça de ser um grande jogador. Eu acho que ele vai ser um grande jogador de futebol na Europa, e espero que seja, porque ele tem todas as capacidades para tal, e para além disso, como jovem, como homem e profissional, merece. Se há jogador que ali, mesmo sabendo que poderia não continuar no Sporting na época seguinte, deu tudo o que tinha e não tinha para ajudar o Sporting. É daqueles que mais se dedicou ao objectivo, ao sacrifício, a disponibilidade, e depois com uma qualidade tremenda, muita coisa, muito bom jogador mesmo! Por isso, se um dia puder vir a te-lo como jogador numa primeira liga, gostava muito, porque é um jogador que me enche as medidas.

ST - Muitos têm a opinião de que a formação do Sporting perdeu qualidade. Acha isso um mito ou verdade?
Alexandre Santos: Eu acho que é um mito, acho que essa noção é uma consequência de todos momentos difíceis que o Sporting tem vindo a passar ao longo dos anos, no fundo já de muitos anos, muita instabilidade diretiva, muita instabilidade a muitos níveis, diferente dos outros clubes que têm tido mais estabilidade, principalmente ao nível dos dirigentes, e leva a que se pense e se fale muito disso. Do que conheço, do que tive o prazer de assistir, presenciar e de viver, é que há muito potencial , há muito talento, há muita qualidade na intervenção para com os jogadores, há uma estrutura com um trabalho muito solido. Eu acho que um jogador de futebol com talento, só não utiliza ou aproveita as grandes qualidades que aquele clube tem na formação, se não quiser. Não é só os jogadores que saem para a equipa A, é todos jogadores que saem dali que vão fazer carreira de futebolista ao longo dos anos. Nem todos os jogadores de nenhuma equipa do mundo saem da formação e têm futuro na equipa A no próprio clube. Mas há muitos jogadores do Sporting que não tendo sucesso na equipa A, conseguem depois ter muito sucesso na carreira, e por vezes voltar ao Sporting mais tarde passando uns anos. E isto é a evidencia de que a escola de formação de jogadores do Sporting continua muito forte. Eu acho que continua, e principalmente há outro aspecto que eu devo registrar, vê-se e sente-se, e isto eu senti na pele, que internacionalmente, o Sporting continua a ser, se não a maior referencia, uma enorme referencia de formações de jogadores em Portugal. E em termos nacionais continua a ser e a ter uma palavra muito forte, naquilo que são as seleções, naquilo que são os melhores jogadores, e na qualidade que eles vão conseguindo ter ao longo dos anos, e quando saem. Se falássemos de um clube com dificuldades e com uma formação em decadência, ou uma formação que não era forte, não podíamos ter jogadores como está a ter a equipa A, que independentemente de virem a ganhar títulos ou não, são jogadores que são efetivamente grandes ativos do clube, e que vão ser de certeza jogadores de futebol profissional aqui ou no estrangeiro. E por isso, acho há evidencia de que acho que isto é um mito, e não uma verdade. E isso é evidente quando nós falamos com muitos colegas, com muitos pais, muitos jogadores, todos, não há ninguém que não gostasse de vir a estar na formação do Sporting, porque a formação do Sporting continua a ser uma das melhores formação de jogadores do mundo, não apenas de Portugal. Pode melhorar? pode, todas formações e todos os clubes podem melhorar. Podemos ter o exemplo do Ajax, que durante muitos anos deixou aparentemente de formar grandes jogadores, e agora de repente tinha uma equipa quase toda ela vinda da formação, a disputar a semi-final da liga dos campeões da forma como foi. E por isso, eu acho que o Sporting vai continuar a ter muitos e bons jogadores para as seleções portuguesas, e não só. 


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