segunda-feira, 8 de junho de 2020

Gelson Dala, um poema que o Sporting não quer ler


Poema. Uma 'expressão' que costumo utilizar com os jogadores de qualidade.

Gelson Dala ontem voltou a mostrar esta tal qualidade, e não precisou de muitos minutos para o fazer. Juntou-se ao Rio Ave no mercado de janeiro, e já soma 4 golos (todos a vir do banco) no campeonato, os mesmos que Vietto, por exemplo. Dala saltou do banco e poucos minutos depois fez o gosto ao pé, e colocou o Rio Ave a um golo do empate. 

Gelson Dala entrou aos 54’, jogou 37 minutos, onde teve 92% de eficácia de passe, 3 remates, 25 toques nos esférico, e 1 golo. 

Continuo a bater na mesma tecla que Gelson Dala merece integrar o plantel do Sporting a próxima época, para tentar se mostrar a Rúben Amorim. É um jogador que reúne todas as características no seu jogo, para singrar no sistema de 3x4x3, no papel de extremo esquerdo, onde joga muito perto do Sporar, e vai procurando muito o espaço entre linhas. É muito forte nos apoios frontais, e a jogar entre linhas, tem uma grande capacidade técnica para receber a bola de costas, e facilmente virar para criar estragos em zonas interiores, e não só. Além disso, tem uma boa chegada a área, e uma capacidade de decisão notável. Vietto não tem nenhuma concorrência no plantel, tem o lugar praticamente garantido, o que faz com que o jogador se ‘acomode’. Gelson Dala é, na minha opinião, à concorrência perfeita para Vietto. É jovem, 23 anos, e o melhor de tudo: é nosso! Pertence aos nossos quadros, e não precisamos estar a gastar balúrdios em flops!




            Ações de Gelson Dala no jogo de ontem:















O mapa de calor de Gelson Dala em 37 minutos de jogo:




sexta-feira, 5 de junho de 2020

Entrevista Sporting Things a Alexandre Santos


Hoje tenho muito gosto em publicar uma entrevista feita por mim, a Alexandre Santos, ex treinador da equipa de Sub 23 do Sporting, e que atualmente treina o Alverca. 
Gostaria desde já, agradecer Alexandre Santos por me ter concedido a oportunidade de o entrevistar, e pelo tempo e disponibilidade dispensada.


ST - Para começar, não deveria deixar de perguntar, como você e a sua família têm vivido o actual quadro de pandemia provocado pelo COVID-19? 
Alexandre Santos: A vida neste quadro tem sido como se calhar de muitos colegas, amigos, no fundo população portuguesa. Tenho dois filhos, a minha esposa trabalha inclusive até num hospital em Lisboa, e por isso,  nunca deixou de trabalhar, teve que estar a trabalhar mesmo no local de trabalho, e como tal por um lado, a questão do futebol não ter recomeçado efetivamente na pratica, permitiu-me estar com eles (filhos), e ter que gerir tudo aquilo que eles precisam, nomeadamente aulas por vídeo conferência, refeições, trabalhos de casa, tudo aquilo que é inerente a esta nova vida, acabou por ser o meu dia a dia, desde que terminei os treinos. 
E ao mesmo tempo em uma grande parte do trabalho, quase em regime de tele trabalho, não sendo um teve trabalho oficial, mas um tele trabalho em que durante muito tempo houve muitas sessões de vídeo conferencia com a equipa, trabalhos de coordenação com a equipa técnica e com os outros staffs, porque enquanto foi possível acreditar que íamos continuar a disputar o campeonato, assim fizemos, tal como muitas equipas neste país.
Depois de ter sido definido que não iria haver qualquer hipótese de jogar mais, tem havido muito trabalho, numa outra vertente, nunca vertente de planeamento de próxima época. E  é aí onde todos os dias estou em trabalho, ao mesmo tempo que estou em casa, na perspectiva de fazermos com que a próxima seja bem planeada e bem estruturada para atingirmos os nossos objectivos.


ST - Falando agora do Sporting, onde entrou como em 2018-2019 para treinar os Sub 23. Como é que foi a experiência de ter treinado a equipa de Sub 23?
Alexandre Santos: Foi uma experiência fantástica, infelizmente foi curta, derivada das decisões que muitas vezes nós treinadores temos que tomar. Efetivamente, entrei no Sporting sensivelmente em dezembro de 2018, vindo do Estoril de sub 23, e há um convite endereçado diretamente do Hugo Viana e pelo Paulo Gomes, e no fundo pelo presidente, naturalmente. Fiquei bastante interessado, motivado e agradecido, por se reverem em mim a pessoa certa para aquele projecto e para aquela equipa, que já tinham tido quatro treinadores diferentes ao longo dos  quatro ou cinco meses anteriores, e por isso, tinha passado por grandes atribulações em termos de equipa técnica, mas que, vinham em mim a pessoa certa para aquela função, para valorizar os jovens jogadores do Sporting que tínhamos ali, e na perspectiva de uma relação bastante próxima com a equipa A. Isto motivou-me bastante.
Como experiência diretamente daquilo que tive, apanhei uma equipa bastante insegura no sentido de todas as constantes alterações que tinha sofrido, teve vários treinadores, teve saídas de uns, regressos de outros, isto é algo que nunca estabiliza emocionalmente os jogadores, e eu era já praticamente a quinta pessoa que liderava aquela equipa naquele ano, o que tornava as coisas bem mais difíceis. Entretanto, a liga de sub 23 não estava a ser uma situação fácil para o Sporting. Por exemplo, eu naquele momento que tinha saído do Estoril, estava afrente de 6 pontos, salvo erro, do Sporting. Sabia que ao entrar no Sporting podia ter o primeiro grande desafio, que era ficar entre os 6 primeiros, para depois poder disputar a fase de definição de campeão da liga revelação.
Mas entretanto, as coisas correram muito bem, eu gostei muito de ter trabalhado no Sporting, as condições são fantásticas, muitas boas condições para desenvolver um bom trabalho como treinador, a equipa técnica, campos,  e jogadores de elevadíssima qualidade. E conseguimos fazer um excelente trabalho, conseguimos aproximarmo-mos dos primeiros lugares logo nas 6, 7 jornadas seguintes. Tivemos praticamente só vitórias, e fez com que chegássemos a segunda fase, a um ponto somente do primeiro lugar. 


ST- O campeonato de Sub 23 nesta época foi renhido até ao fim, e até a última jornada o Sporting ainda tinha possibilidades de ser campeão, o que acha que faltou para conseguirmos tal feito?
Alexandre Santos: Infelizmente não conseguimos ser campeões por questões de golos ou por questões de 1 ponto. Tenho a plena sensação de que um dos jogos que determinou um empate contra um dos adversários, que se pudesse ter acabado por ocorrido em vitória, teríamos sido campeões, e acho que merecíamos, de certa forma porque tínhamos vindo muito de trás, e conseguimos chegar ao último jogo, e estarmos a disputar fortemente com o Rio Ave e com o Aves, o titulo de campeão de sub 23, e infelizmente foi por muito pouco, mas a verdade é que o principal objectivo, que era valorizar os jogadores, a equipa, e o Sporting, foi muito conseguido. 


ST - Qual foi o jogo que mais o marcou ao serviço do Sporting? 
Alexandre Santos: Claramente o jogo no Estádio de Alvalade contra o Benfica, na última jornada do campeonato. Por várias razões, uma por ser ser o último jogo, o jogo que poderia nos dar o titulo, mas mais do que isso um jogo de recompensa por toda dedicação, e todo trabalho feito pelos jogadores da minha equipa, que fez com que a direção, e muito bem, e com o trabalho fantástico, que permitiu-nos fazer o último jogo no Estádio de Alvalade, num feriado, com muitos adeptos (foi o jogo com mais adeptos na liga revelação), num palco fantástico, numa realidade fantástica, que é podermos estar no banco do Sporting Clube de Portugal, a dirigir a nossa equipa, e foi um momento marcante, ainda por cima congratulado com uma vitória sobre o Benfica, com um jogo de grande qualidade, grande jogo que fizemos, por toda esta motivação e por toda qualidade que tínhamos enquanto equipa. Este foi claramente o jogo que mais me marcou.

ST - Deixou o Sporting no fim da temporada, e rumou à França para ser adjunto do Caen. Deixou o Sporting porque tinha a oportunidade de abraçar um desafio maior, ou não chegou a um acordo com o Sporting para ficar?
Alexandre Santos: Muito interessante esta pergunta, por vários motivos, porque tocas numa situação que é sempre difícil tomar para qualquer treinador, e para mim, não haveria de ser diferente. Sair de um clube grande, estar numa equipa de sub 23 de um clube grande é sempre muito difícil, seja que circunstancia for. Eu tinha contrato de 1 ano e meio, por isso, não se tratava de qualquer tipo de questões de renovação, mas sim de continuidade natural, de que ia acontecer, e que já estávamos a definir o plantel, e a definir o rumo dos sub 23 desta época (2019/2020). Foi quando apareceu este convite de uma das boas equipas francesas, que tinha descido da primeira liga para segunda, e que queria apostar muito forte para subir a primeira liga. O projecto, embora como adjunto, parecia-me um projecto muito interessante porque me abriria um mercado muito importante Francês, por causa da aprendizagem língua, que passaria a dominar de uma outra forma, para poder ter também essa valência.  Já há vários anos que estava a tentar entrar no mercado francês, e tinha ali uma porta para uma equipa sénior de um dos futebóis mais importantes e mais meditativos do mundo, que é o futebol francês. E isso levou-me a entender que era um passo importante para a minha carreira. Não por questões ligadas ao Sporting, mas sim questões ligadas as minhas intenções de carreira, e que passa muito por aquilo que eu pretendia também para mim, que é estar numa equipa A. Hoje em dia estou também numa equipa A em Portugal, não por desprimor as equipas de sub 23, mas porque as equipas de sub 23 carecem de outros objectivos, e eu embora acho que cumpri e fiz o meu melhor trabalho junto da equipa de sub 23 do Sporting, é algo que como objectivo para mim próprio, pessoal de carreira, os sub 23 sejam eles qual forem, não me motivaria tanto como uma equipa A. E ao surgir este convite, acabou por me levar a solicitar as pessoas do Sporting que me libertassem, das quais foram fantásticas e perceberam que embora estivesse no fundo a sair de um projecto como o Sporting, um grande Clube que é, estava a ir atrás de objectivos muito pessoais de carreira. E foi por isto, é a grande razão que me levou a sair, e não o facto de não estar satisfeito no Sporting.

ST - A Equipa B do Sporting estará de regresso a próxima época, acha que em relação a liga revelação, é mais benéfico para o desenvolvimento dos jogadores?
Alexandre Santos: Sim, já percebi que provavelmente a equipa B do Sporting estará de regresso. Está enquadrada nesse processo de transição do campeonato de Portugal para uma terceira liga, que vai decorrer este ano com a entrada de várias equipas B’s. Acho que é benéfico sim para o Sporting, porque uma equipa grande deve ter um espaço de sub 23 claramente para jogadores ainda juniores, ou acabado de sair de juniores, e por isso, os melhores jogadores de juniores devem jogar já na liga revelação, podendo eventualmente depois vir também a jogar nos juniores, no campeonato nacional, principalmente na fase final, e a equipa B sem dúvida ser um espaço de outros jogadores mais velhos, jogadores entre os 20, ou entre os 18, 19, e os 22, 23 anos. Ou seja, enquanto que por alguns clubes os sub 23 são jogadores que andam entre os 20 e 23 anos, um Clube grande como o Sporting. E é isso que estava a se perspectivar já enquanto eu estava lá também, era que os sub 23 tivessem jogadores entre os 17 e os 20, e depois uma equipa B tivesse entre os 20 e 23. É muito importante que a equipa B exista para dar esse Upgrade, e para dar este sustento de competitividade de muitos jogadores que até aos 23 anos têm dificuldades em se afirmar na equipa principal, e que podem ser grandes talentos no futuro. Ainda para mais, a equipa B jogará em contextos mais adultos, competitivamente mais maduros, e isto pode ser bom para alguns jogadores que na liga revelação não conseguem encontrar este tipo de contextos, e precisam deste tipo de contextos.

ST - Treinou vários jogadores talentosos nesta equipa de Sub 23, sendo que três deles (Matheus Nunes, Pedro Mendes e Gonzalo Plata) estão neste momento na equipa principal. Esperava que fossem promovidos em tão curto prazo? 
Alexandre Santos: Sim, esperava. Esperava porque existia uma relação próxima entre a equipa sub 23 e equipa A. E existiu sempre uma relação próxima entre mim e a direção também, entre o Hugo e o Presidente, em que havia claramente a noção, e o rumo de que vários jogadores desta equipa de sub 23 poderiam chegar a equipa A e afirmar-se. Seria uma questão de tempo, uma questão de momento. E o momento está acontecer, e isso é muito positivo. Também depende muito da direção e do treinador da equipa A, e é muito positivo que esteja a acontecer aquilo que está a acontecer, e fico muito regozijado com o facto de ver jogadores que evoluíram bastante na época que estive com eles, que vieram também até após eu chegar, como caso do Matheus Nunes. O caso do Pedro Mendes também por exemplo, é um caso interessantíssimo, que era um caso em que a sintonia entre treinador e o jogador existiu muito, a sintonia entre aquilo que eu gostava de ver como jogo coletivo da equipa, e como ponta de lança, assentou como uma luva, e o Pedro aproveitou muito para se valorizar nestes meses finais, nestes últimos meses de liga revelação, acrescentando muito a equipa e a carreira dele.

ST - O presidente do Sporting afirmou recentemente que o Matheus Nunes vai pagar o que gastamos com o Rúben Amorim. 
Viu o Matheus Nunes de perto, acha que tem potencial para tal? 
Alexandre Santos: Sobre o Matheus Nunes, já tive oportunidade de falar em alguns orgãos de comunicação social, porque têm me perguntado, naturalmente por causa deste caso. O Matheus é um caso muito interessante, não sei se tens noção, o Matheus Nunes jogava no Estoril A e nos Sub 23, mais nos sub 23, na equipa onde eu estava, em Setembro, Outubro e Novembro, ele jogou muito comigo, inclusive fomos a Academia Alcochete jogar contra o Sporting para liga revelação, em que ganhamos 1-0, onde Matheus Nunes foi titular e fez um excelente jogo. E quando eu entrei no Sporting, o scouting do Sporting veio me questionar sobre o jogador, para perceber a minha opinião, e a minha noção sobre o quê que eu achava dele como jogador, como homem, como talento, e como futuro potencial para a equipa A. E eu dei o aval muito positivo, porque o Matheus tem uma característica que hoje começa-se a revelar com mais profissionalismo e mais maturidade, mas que estavámos a falar de um jogador que tinha tido um percurso de formação muito diferente do normal. A maioria dos jogadores têm percursos de formação fortes, passado por clubes de grande dimensão nacional, e o Matheus Nunes tinha um passado de formação do Ericeirense, que sem desprimor do Ericeirense, é um clube que disputou sempre os distritais. E por isso, o Matheus Nunes revelava por ele próprio, pelo seu talento natural, aquilo que ele já demonstrou hoje, o que significa que estávamos ali na presença, e eu sentia que estava na presença, por aquilo que via, pela forma madura que resolvia as situações difíceis do jogo, pela forma como consegue rapidamente ler o jogo, e em um ou dois toques, libertar-se da marcação dos adversários, fazer com que uma bola que parece difícil de resolver e que vai perde-la, faz com que rapidamente encontre soluções e consiga manobrar o jogo bem, do ponto de vista da relação entre a linha defensiva e a linha ofensiva. No fundo, um jogador com um talento natural para ler o jogo, e para decidir bem, ainda por cima com uma morfologia tipo, muito propicia aquilo que se designa como a melhor morfologia para aquela posição. Ou seja, um jogador alto, um jogador fino, que levanta a cabeça, que joga longo e curto, um jogador que joga para frente, que tem uma boa capacidade de técnica, mas que tem uma grande qualidade tática na decisão do que há de fazer nos vários momentos do jogo, um jogador que também defende bem. E por isso, eu tinha a noção de que o Matheus poderia vir a ser aquilo que está a ser hoje. Naturalmente dependeria daquilo que ele pudesse aproveitar do Sporting, do que o Sporting lhe dá, e que lhe deu, naqueles meses comigo nos sub 23, e que ele aproveitou muito. Viveu dentro da academia, e vivia o futebol todos os dias e todas as horas, e sentia que estava ali uma grande oportunidade da vida dele. Tanto é que ele, tanto a agarrou, que neste momento está onde está, e ontem, por exemplo, jogou a titular na equipa A, que é o sonho de qualquer jogador que está nos quadros do Sporting. Por isso, acho que se está a refletir na realidade o potencial que ele tinha, e quando digo que tem potencial, significa que tem margem para crescer e desenvolver. Eu acho que ele tem, porque na verdade, ele só agora nos últimos dois anos da carreira dele, é que ele treina com os melhores, com as melhores condições a todos os níveis, para poder também ainda mostrar mais esse talento, e evoluir ainda mais esse potencial.

ST - O Paulinho era dos jogadores mais talentosos da equipa de Sub 23, e que os adeptos tinham mais esperanças. Surpreendeu-lhe a decisão do Sporting em não ter ficado com o jogador em definitivo?
Alexandre Santos: Esta é outra pergunta fantástica, porque eu também considero o Paulinho um grande talento, um grande jogador. Não era um jogador tão jovem quanto outros, ou seja, tinha jogadores muito mais jovens nos sub 23. Mas o Paulinho, para mim, enquanto treinador, é aquele jogador que eu gostaria de ter em qualquer equipa onde estivesse, pelo menos, é um jogador que tem tudo para singrar. Se tinha espaço na equipa A naquele momento? A ter a idade que tinha, o Sporting entendeu que não era o jogador que tinha espaço na equipa A, e ao não ter espaço na equipa A, que não tinha possibilidade de manter-se na equipa de sub 23, não podemos esquecer que o Matheus Nunes ao ser mais novo, permitiu que continuasse nos sub 23. Matheus Nunes essa época jogou toda nos sub 23, neste momento é que está noutra circunstancia. Para o Paulinho, isso não era viável pela idade que ele tinha, e por isso o Sporting decidiu por aquilo que decidiu. Mas eu, como jogador, gosto muito do Paulinho, como homem é fantástico, como profissional idem, por isso, eu sou muito suspeito, porque o Paulinho comigo, jogou todos minutos praticamente de jogo que podiam haver, uma das pedras mais importantes da equipa. Por isso, só tenho coisas positivas para falar do Paulinho, não há nada que eu possa dizer que o Paulinho não tenha que o impeça de ser um grande jogador. Eu acho que ele vai ser um grande jogador de futebol na Europa, e espero que seja, porque ele tem todas as capacidades para tal, e para além disso, como jovem, como homem e profissional, merece. Se há jogador que ali, mesmo sabendo que poderia não continuar no Sporting na época seguinte, deu tudo o que tinha e não tinha para ajudar o Sporting. É daqueles que mais se dedicou ao objectivo, ao sacrifício, a disponibilidade, e depois com uma qualidade tremenda, muita coisa, muito bom jogador mesmo! Por isso, se um dia puder vir a te-lo como jogador numa primeira liga, gostava muito, porque é um jogador que me enche as medidas.

ST - Muitos têm a opinião de que a formação do Sporting perdeu qualidade. Acha isso um mito ou verdade?
Alexandre Santos: Eu acho que é um mito, acho que essa noção é uma consequência de todos momentos difíceis que o Sporting tem vindo a passar ao longo dos anos, no fundo já de muitos anos, muita instabilidade diretiva, muita instabilidade a muitos níveis, diferente dos outros clubes que têm tido mais estabilidade, principalmente ao nível dos dirigentes, e leva a que se pense e se fale muito disso. Do que conheço, do que tive o prazer de assistir, presenciar e de viver, é que há muito potencial , há muito talento, há muita qualidade na intervenção para com os jogadores, há uma estrutura com um trabalho muito solido. Eu acho que um jogador de futebol com talento, só não utiliza ou aproveita as grandes qualidades que aquele clube tem na formação, se não quiser. Não é só os jogadores que saem para a equipa A, é todos jogadores que saem dali que vão fazer carreira de futebolista ao longo dos anos. Nem todos os jogadores de nenhuma equipa do mundo saem da formação e têm futuro na equipa A no próprio clube. Mas há muitos jogadores do Sporting que não tendo sucesso na equipa A, conseguem depois ter muito sucesso na carreira, e por vezes voltar ao Sporting mais tarde passando uns anos. E isto é a evidencia de que a escola de formação de jogadores do Sporting continua muito forte. Eu acho que continua, e principalmente há outro aspecto que eu devo registrar, vê-se e sente-se, e isto eu senti na pele, que internacionalmente, o Sporting continua a ser, se não a maior referencia, uma enorme referencia de formações de jogadores em Portugal. E em termos nacionais continua a ser e a ter uma palavra muito forte, naquilo que são as seleções, naquilo que são os melhores jogadores, e na qualidade que eles vão conseguindo ter ao longo dos anos, e quando saem. Se falássemos de um clube com dificuldades e com uma formação em decadência, ou uma formação que não era forte, não podíamos ter jogadores como está a ter a equipa A, que independentemente de virem a ganhar títulos ou não, são jogadores que são efetivamente grandes ativos do clube, e que vão ser de certeza jogadores de futebol profissional aqui ou no estrangeiro. E por isso, acho há evidencia de que acho que isto é um mito, e não uma verdade. E isso é evidente quando nós falamos com muitos colegas, com muitos pais, muitos jogadores, todos, não há ninguém que não gostasse de vir a estar na formação do Sporting, porque a formação do Sporting continua a ser uma das melhores formação de jogadores do mundo, não apenas de Portugal. Pode melhorar? pode, todas formações e todos os clubes podem melhorar. Podemos ter o exemplo do Ajax, que durante muitos anos deixou aparentemente de formar grandes jogadores, e agora de repente tinha uma equipa quase toda ela vinda da formação, a disputar a semi-final da liga dos campeões da forma como foi. E por isso, eu acho que o Sporting vai continuar a ter muitos e bons jogadores para as seleções portuguesas, e não só. 


Uma pequena análise aos dois estreantes


O Sporting Clube de Portugal regressou ontem ao campeonato, empatando a duas bolas com o Vitória Sport Clube. 

O Sporting entrou no jogo com duas grandes novidades no 11, Ruben Amorim teve a ousadia e a coragem de colocar dois estreantes a jogo. Eduardo Quaresma e Matheus Nunes. Não me lembro da última vez que tinha ficado tão entusiasmado com um onze inicial. Desde já, parabenizar mais uma vez Rúben Amorim pela coragem. Sem medo de errar, e a defender a tese de que joga quem tem qualidade, joga quem se destaca nos treinos, independentemente da idade ou da dificuldade do jogo em questão. 

Análise ao jogo de Eduardo Quaresma:

Quaresma ‘rebentou com tudo’. Teve uma estreia que ficou marcada pela personalidade, classe e critério. 
Não acusou a pressão, e demonstrou todo talento e qualidade que tem naqueles pés, e fez valer a aposta de Rúben Amorim. 

Quaresma mostrou-se logo no início do jogo, onde teve uma grande saída a jogar, não teve medo de transportar a bola de trás para frente, e ainda conseguiu um bom passe para o Sporar, mesmo sendo pressionado por dois jogadores do Vitória! 

Eduardo Quaresma foi sempre muito seguro e criterioso em todas suas ações. Com ou sem bola

Sem bola, Quaresma esteve sempre muito bem posicionado, e conseguiu fazer alguns cortes importantes. Colocou todos jogadores do Vitória no ‘bolso’, tarefa que não é fácil, quando encontras jogadores da qualidade do Davidson, por exemplo. 
Com bola, Quaresma conseguiu sempre fazer bons passes, verticais e em profundidade.

Deixo aqui o link da exibição completa de Eduardo Quaresma: https://twitter.com/ScpVideos/status/1268692554666704898?s=20



Analise ao jogo de Matheus Nunes:

Matheus Nunes teve uma exibição muito mais apagada em relação ao Eduardo Quaresma. Na minha opinião, as dinâmicas do sistema de Rúben Amorim não favorecem o jogo de Matheus. Os defesas centrais, que são os responsáveis pela primeira fase de construção, procuram a maior parte das vezes fazer ligações com os extremos ou laterais, e os médios acabam por ficar ao lado do jogo. 

Matheus Nunes é um médio muito versátil, apesar de ser um médio ofensivo de origem, tem a capacidade de jogar como 6 ou 8. Neste sistema de Rúben Amorim, Matheus fica muito mais recuado no terreno, e precisa receber várias vezes a bola para tentar construir desde trás, ou transportar a bola, que é onde se destaca. E pelo que já pude captar, as dinâmicas deste sistema não privilegiam esse lado. Já era assim no Braga de Rúben Amorim, os centrais faziam muitas ligações com os laterais ou extremos, que baixavam muito no terreno para dar apoios frontais. 

Apesar de eu sentir algum nervosismo e medo de errar em Matheus Nunes, e que o os médios do Vitória foram com a lição bem estudada, com marcações H/H, foram várias as vezes que Matheus deu apoios frontais aos centrais, para dar linhas de passe, receber a bola e tentar pegar no jogo, mas muito raramente passavam-lhe a bola. Foi um dos motivos que o fez passar ao lado do jogo. Matheus já aparentava estar com pouca confiança, se fica muito tempo sem ser solicitado, e sem tocar na bola, pior ainda fica a confiança do jogador. 


Mostrarei alguns lances em que Matheus deu apoios para receber a bola, e tentar pegar no jogo, mas não foi solicitado.




















Matheus Nunes estava habituado a ser o protagonista nos sub 23, onde era sempre procurado para receber a bola e pegar no jogo. Deparou-se com uma realidade extremamente diferente ontem pelos seniores, e claramente que não soube lidar com a situação, e ficou muito apagado do jogo. 
E se o Matheus ficar tanto tempo sem ter a bola, ou sem ser solicitado, dificilmente brilhará com a camisola do Sporting. Veremos os próximos jogos...


                                         


                                         


                                         


                                         


                                         



quinta-feira, 21 de maio de 2020

Entrevista Sporting Things a Beto Pimparel



Hoje tenho muito gosto de publicar uma curta entrevista feita por mim a Beto Pimparel, jogador internacional português formado pelo Sporting Clube de Portugal.


Sporting Things - Para começar, não podia deixar de perguntar, como tu e a tua família têm vivido o actual quadro de pandemia provocado pela COVID-19? 
Beto: Como muitas famílias que ficaram presas no estrangeiro, com a angústia de não poder estar perto da nossa família sendo que esta situação foi completamente inédita e apanhou-nos a todos desprevenidos, mas tentamos ao máximo estar positivos e garantir que nada aconteça.


Sporting Things - Entrando agora no Sporting, como foi o processo de formação e fase de transição formação-estreia na equipa principal?
Beto: Foi um percurso de excelência tendo em conta que era das melhores escolas de futebol da Europa. Recebi todo o conhecimento e formação necessárias para ter uma excelente base para a minha carreira. A transição foi difícil pela falta de aposta, mas aprendi muito com isso também. 


Sporting Things - O que significou para si regressar a casa em 2016, e voltar representar o Sporting Clube de Portugal?
Beto: Significou mais um sonho tornado realidade, e mais uma meta alcançada nesta longa caminhada que tem sido a minha carreira. 

Sporting Things - No seu ponto de vista, como podemos voltar a ser competitivos como na altura da sua passagem?
Beto: Na minha opinião, com estabilidade, liderança e mística.

Sporting Things - E falando dos guarda-redes do Sporting, o que acha de Luís Maximiano? 
Beto: Tem tido uma ascensão positiva e de qualidade, é um jovem promissor e tem todas as condições para ser um belíssimo guarda-redes.

O seu contrato com o Goztepe termina esta época, se tivesse uma proposta agora em cima da mesa para regressar ao Sporting e encerrar aqui a carreira, qual seria a sua resposta?
Beto: É o clube do meu coração... melhor resposta é impossível.



sexta-feira, 8 de maio de 2020

Rúben Amorim, apresento-te o Gelson Dala


Gelson Dala é apenas mais um dos muitos talentos do Sporting que nunca tiveram uma real
oportunidade. Gelson é um avançado de muita qualidade, e isso foi logo muito notório quando chegou ao Sporting. Coroou-nos com grandes exibições ao serviço do Sporting B. Chegou ao Sporting em 2016/2017, e só para termos uma noção, nessa mesma época, Gelson marcou 13 golos em 17 jogos pelo Sporting B, na segunda divisão portuguesa. Números muito assinaláveis para um jovem que tinha acabado de ser reforço.

Gelson destaca-se sobretudo pela sua grande capacidade técnica, e muito critério na decisão. É um avançado móvel, que não se limita a ficar na área, desce muito para ocupar as zonas entre linhas, e tem uma grande facilidade também de criar jogo. Desmarca-se muito bem, tanto é que fica muitas vezes isolado com o guarda-redes durante os jogos (a maioria dos seus golos são de lances isolado com o guarda-redes), e finaliza muito bem.

Como disse acima, Gelson faz parte de um grupo de jogadores que sempre mereceram uma oportunidade, mas nunca os foi dada. Posto isso, Gelson foi emprestado ao Rio Ave, onde fez uma grande época, sendo mesmo eleito jogador do ano do Rio Ave, época 2018/2019. Regressou ao Sporting esta época, e foi novamente emprestado, desta vez ao Antalyaspor da Turquia. As coisas não correram bem no clube turco, e na reabertura de mercado, em janeiro, o Sporting voltou a cedê-lo ao Rio Ave. Onde teve logo um grande impacto, mesmo não sendo titular, marcou 3 golos (em 5 remates a baliza) e 1 assistência, em 6 jogos.


Mostrarei os 3 golos em 6 jogos de Gelson no regresso ao Rio Ave:

1.º Gelson Dala ‘esconde-se’ muito bem nas costas do central, e em seguida, quando o seu colega faz o passe, ataca a bola e faz uma grande recepção orientada para frente, e deixa automaticamente o seu opositor para trás, fica isolado com o guarda-redes, e finaliza com muito critério!


2.º Jogador do Rio Ave finaliza, a bola bate no guarda-redes, e vai ter aos pés do Gelson Dala, que bem posicionado só teve de recepcionar a bola e finalizar para o golo do Rio Ave.


3.º Gelson acabou por bisar no jogo do lance acima, aos 90’ minutos. Bem posicionado na área, recebe um cruzamento, movimenta o corpo para o chão, e finaliza de cabeça como mandam as regras. Mais uma vez decisivo, dando a vitória ao Rio Ave.




'Rúben Amorim, apresento-te o Gelson Dala'


Na teoria, Gelson Dala a época passada no Rio Ave jogava como segundo avançado, atrás de Carlos Vinicius. Mas na pratica, funcionava mais como um 'médio'. Jogo contra o Belenenses (época 2018/2019), quando o Rio Ave construía desde trás, Dala descia muito no terreno para dar apoios frontais para receber a bola e criar ou distribuir jogo. Este lance ilustra muito bem isso, Dala descido no terreno, dá apoio frontal, recebe a bola com o peito, tira um adversário da frente, progride com a bola em velocidade, e liberta a bola para o corredor direito.


Novamente muito descido no terreno, Dala recebe o passe do seu colega, e sai a jogar em velocidade de trás para frente, e só foi parado em falta.


Dala desce no terreno (novamente) para dar apoio frontal, recebe a bola, desfaz-se do opositor, e tenta distribuir jogo para o corredor direito, mas o jogador do Belenenses conseguiu fazer o corte.


Dala recebe a bola no sector intermedio, e logo em seguida projeta a bola para o extremo esquerdo, e estava lançado o contra ataque.


Dala desce para dar apoio ao jogador do Rio Ave que tinha a bola, recebeu a mesma, desvencilhou-se do seu opositor com uma grande simulação de corpo, e fez um passe longo para o extremo do corredor esquerdo.



Já mais avançado no terreno, Dala é muito forte a atacar zonas de finalização. Como vemos neste lance, Dala ataca zonas de finalização pela direita, recebe o passe, chuta, a bola bate no defesa do Belenenses, que acabou por fazer autogolo.


Dala ataca novamente zonas de finalização, pelo meio, recebe o cruzamento de Galeno, e finaliza com muito critério com o pé esquerdo. Estava feito o segundo golo do Rio Ave (que depois foi anulado pela bola ter batido na mão de um jogador do Rio Ave)


Dala recebe a bola na zona entre linhas, projeta para o corredor direito, e mais afrente ataca novamente zonas de finalização, onde recebeu o passe, e finalizou com critério para o golo do Rio Ave. Lance muito idêntico ao anterior. Novamente Gelson como protagonista...


Dala recebe a bola em terrenos mais avançados, transporta a mesma em velocidade até a entrada da área, e finaliza rasteiro com muito perigo, do lado esquerdo da baliza do Belenenses.


Dala recebe a bola entre linhas, vira e progride em velocidade novamente até a entrada da área, e faz um remate alto e forte para baliza adversária.


Jogo contra o Marítimo (época 2018/2019). Dala recupera a bola depois de um mau passe do defesa do Marítimo, liberta a bola para  o seu colega, ataca a zona de finalização pelo meio, e finaliza para o golo.


Jogo contra o SC Braga (época 2018/2019). Dala recebe a bola pela esquerda, faz uma recepção orientada para o meio, ganha a frente ao defesa do Braga, fica isolado com o guarda-redes e finaliza com muito critério para o golo do Rio Ave.


Jogo contra o FC Porto (época 2018/2019). Dala recebe a bola entre linhas, e de primeira faz um passe de rotura para o seu colega, que finalizou para o golo. Dala antes de receber a bola, já sabia o que ia fazer, já tinha antecipado a desmarcação do seu colega antes mesmo de receber a bola.


Dala cercado por vários jogadores do Porto, mas mesmo assim conseguiu arranjar espaço e libertou a bola para o seu colega, que fez o golo. Saber jogar em espaços curtos com critério é uma das virtudes no jogo de Gelson Dala.


Jogo contra o Benfica (época 2018/2019). Dala recebe a bola na zona média, e desfaz-se de 3 jogadores do Benfica com pormenores deliciosos. Gelson Dala e qualidade técnica andam juntos de mãos dadas.


Outro pormenor delicioso de Gelson. Tira o jogador do Benfica da frente com um chapéu, e em seguida faz um passe de rotura para profundidade do extremo do Rio Ave. Muita qualidade.


Jogo contra o Aves, desta época (2019/2020). A importância da recepção orientada, que Dala sabe explorar muito bem. Recebe a bola, orienta a mesma para frente com uma grande mudança de velocidade, que o fez ganhar a frente a 3 jogadores do Aves, e mais afrente sofreu uma grande penalidade. 
Como frisei acima, Dala chegou ao Rio Ave no mercado de janeiro, e em 6 jogos conseguiu ter logo um grande impacto, mesmo não sendo titular.


Dala tem a progressão com bola em velocidade como uma das suas maiores armas, e aparece muitas vezes nos corredores em velocidade, como ilustra muito bem este lance. Velocidade pela ala, e faz um grande passe que isolou o seu colega a entrada da área.



Estes foram apenas alguns dos muitos lances que demonstram a qualidade de Gelson Dala, e o que é capaz de fazer. Um jogador muito completo, que tem capacidades para jogar em várias posições, como ponta de lança, segundo avançado, construtor de jogo, e consegue também actuar nas alas. Rúben Amorim terá a próxima época um grande talento para explorar. Espero que dê pelo menos a oportunidade de Gelson Dala fazer a pré-época para mostrar-se aos Sportinguistas. Espero que tenha uma verdadeira oportunidade, algo que nunca teve. Preferimos gastar oportunidades em Castaignos desta vida, infelizmente...

















quinta-feira, 30 de abril de 2020

O nosso amor está de volta


''A I Liga Portuguesa irá voltar aos campos de futebol no final deste mês de maio, anunciou, esta quinta-feira, o primeiro-ministro António Costa e Pedro Siza Vieira, ministro da Economia.''

Primeiramente, dizer que, na minha opinião, a Liga só deve regressar se tiverem reunidas todas as condições. Ou seja, se a pandemia do Covid 19 estiver mais controlada, e com casos bem mais reduzidos no país. Caso contrario, o campeonato deve ser cancelado, e ponto final.

A minha opinião do que tem que ser o Sporting para o que resta da época:

Sobre o regresso ao campeonato, o Sporting tem apenas o terceiro lugar para disputar,  e espero que lute até ao fim para conseguir o acesso direto a Liga Europa. Para além de lutar pelo terceiro lugar, o Sporting deveria começar já a preparar também a próxima época. Já começamos bem em despachar dois jogadores emprestados (Jesé e Bolasie). Jogadores que não contariam para próxima época, portanto, não fazia sentido nenhum continuarem integrados com a equipa.
Para além disso, devemos testar já alguns jogadores da nossa academia, para começarmos a ter já uma noção com quem poderemos contar, ou seja, para vermos quem está melhor preparado para fazer parte do plantel em definitivo. Casos de Matheus Nunes, Joelson Fernandes, Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio, Tiago Tomás e Nuno Mendes. Está claro que são estes os jogadores que Rúben Amorim pretende dar minutos, tanto é que foram todos eles chamados no regresso aos treinos da equipa principal. É muito difícil dar minutos a todos ainda essa época, mas penso que alguns terão. Dependendo muito do jogo em questão, e se tivermos a infelicidade de casos de lesões.




Gonçalo Inácio e Eduardo Quaresma - são os dois defesas centrais mais promissores do Sporting CP atualmente. Eduardo Quaresma tem a particularidade de já ter jogado pela equipa principal, fez a última pré-época connosco, ainda ao comando de Marcel Keizer.
Nos pés dos dois está o futuro da defesa do Sporting. Com os rumores das possíveis saídas de Mathieu e Coates, e caso se confirme, deverá ser Gonçalo Inácio e Eduardo Quaresma a assumirem o lugar. Dois defesas centrais de qualidade, e escusamos gastar muitos milhões no mercado por um ou dois centrais.  Penso que Ruben Amorim está a trabalhar nisso, e não é por acaso que tem chamado os dois para trabalharem com a equipa principal (quero eu acreditar nisso)




Joelson Fernandes: com o afastamento de Bolasie e Jesé, aumentam as chances de Joelson Fernandes ter minutos pela equipa principal ainda esta época. O jovem jogador de apenas 17 anos, destacou-se nos Sub 23, e foi promovido para a equipa principal. Tem sido presença assídua nos treinos de Rúben Amorim, e esperemos todos que tenha oportunidades.




Tiago Tomás: é um dos que também tem chances de ter oportunidades ainda esta época. Ao que parece, Rúben Amorim não conta com Pedro Mendes, e com a lesão de Luiz Phellype, ficamos com apenas um ponta de lança, que é o Sporar. É aí onde entra Tiago Tomás, penso que será a primeira opção para substituir Sporar em algum dos jogos. É o que Ruben Amorim deu a entender no regresso aos treinos da equipa principal, Tiago Tomás foi promovido para equipa A, e Pedro Mendes não fez parte dos escolhidos.



Nuno Mendes: é o lateral esquerdo mais promissor de Alcochete, de apenas 17 anos. Tem uma concorrência forte na sua posição, com Acuña e Borja. Tem a situação muito semelhante à de Eduardo Quaresma e Gonçalo Inácio. Com os rumores da saída de Acuna, e caso confirme-se, tenho a certeza absoluta que Nuno Mendes será um sério candidato a esta posição. Tem as características ideais para o sistema de 3x4x3 de Rúben Amorim. Nuno (como Eduardo Quaresma) também já teve a experiência de jogar na equipa principal, fez a última pré-época connosco, ainda ao comando de Marcel Keizer.



Matheus Nunes: não é da nossa formação, foi contratado ao Estoril em Janeiro de 2019 para fazer parte da equipa de Sub 23. A sua adaptação foi muito boa, foi figura de destaque no meio campo desde que chegou, e assumiu logo a titularidade, tornando-se o melhor jogador do nosso meio campo. E como consequência, foi promovido a equipa principal, e é um dos jogadores à disposição de Rúben Amorim. Depois da saída de Bruno Fernandes, tem sérias probabilidades de ter minutos ainda esta época, podendo substituir Wendel na segunda parte em alguns jogos que poderão já estar resolvidos. Terá uma grande disputa com Francisco Geraldes.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Façam deste miúdo um João Mário


Tiago Ferreira é um dos jogadores mais promissores da nossa formação, há quem diga mesmo que é o mais promissor da sua geração. Começou a carreira como lateral esquerdo, e deu nas vistas desde muito cedo nos iniciados. Mas com o passar do tempo, subiu no terreno e tornou-se num extremo, que é onde joga atualmente ao serviço dos juniores. E tem feito uma temporada absurda. Em termos de números, leva 16 golos em 24 jogos esta época.

Tiago Ferreira tem muita versatilidade, qualidade técnica, compreende o jogo como poucos, e esta época tem se revelado um grande finalizador.
Já acompanho o Tiago há muito tempo, e do que vi, por mim reúne características mais que suficientes para jogar a médio interior num sistema tático de 4-4-2. Como por exemplo, João Mário na época 2015/2016 com Jorge Jesus, a médio interior/médio ala. Em alguns momentos do jogo, em função do conjunto de indicadores, ele pense como interior, e noutros momentos do jogo pense como medio ala. No sistema tático, ele funciona como medio interior, porque aquilo funciona como um losango, com um interior direito e esquerdo e depois um jogador mais afrente destes dois. Mas em alguns momentos, por exemplo quando a bola está do lado contrario, ele pensa como um jogador do centro, mas quando está do seu lado, pensa como um jogador do corredor lateral. Essa era ou é umas das grandes características do Jorge Jesus, é ele conseguir que os jogadores saibam identificar o momento de pensar como médio, e o momento de pensar como ala.
É nesta posição, e principalmente neste sistema tático com as dinâmicas que apontei, que vejo o Tiago Ferreira a singrar seriamente na equipa sénior do Sporting futuramente. Consegue criar muito desequilíbrios seja por fora ou por dentro. Tal como era João Mário. Só que um joga na esquerda, e outro na direita.



Mostrarei quatro semelhanças dos dois (Tiago Ferreira e João Mário)


              Capacidade dos dois de pegarem a bola no corredor central, e organizarem por dentro


Capacidade dos dois de pegarem a bola no corredor lateral, fazer o movimento interior e associarem-se
                                               


Qualidade e critério no cruzamento pela zona lateral


Qualidade técnica para ultrapassarem adversários, e resistirem muitas das vezes ao choque
















Gelson Dala, um poema que o Sporting não quer ler

Poema. Uma 'expressão' que costumo utilizar com os jogadores de qualidade. Gelson Dala ontem voltou a mostrar esta tal qualidad...